A 15ª Edição do salão MDD Expo, o maior encontro europeu de Marcas de Distribuidor (Marcas Próprias), aconteceu em Paris entre 30 e 31 de março com uma seleção exclusiva não apenas de expositores e de produtos, mas de conteúdo de alto nível com palestras e visitas técnicas.
Expositores: cerca de 500, incluindo mais de 150 internacionais (Bélgica, Suíça, Espanha, Grécia, China, Holanda, Itália, Portugal, Inglaterra, Bulgária, dentre outros): industrias e fabricantes, pequenas empresas familiares, exportadores, prestadores de serviço, start ups.
Setores representados:
100% dos canais de distribuição em um só lugar: atacados; cash&carry; importadoras/exportadoras; hotelaria; food service; redes especializadas; e-commerce.
Proposta:
Aproximar os visitantes das novidades do setor por meio de:
• Encontros de Negócios;
• Showcase das regiões da França;
• Incubadora de Talentos;
• Troféu de Inovação;
• Innovations Stores;
• Pack Store;
• Espaço Degustação;
• Simpósios e conferências;
• Encontros profissionais e reuniões de negociação;
• Visitas técnicas a lojas e supermercados.
Encontros profissionais programados pelos organizadores, palestras discussões, visitas, encontros, orientações profissionais, e encontro profissionais muito bem direcionados.
https://www.youtube.com/watch?time_continue=10&v=ngI_6MEFOyg
• Foco em nutrição e saúde: produtos regionais e orgânicos, “free from” (sem conservantes, sem corantes, sem aditivos, sem glúten, sem lactose, sem açúcar…) — novidades para as marcas próprias e não necessariamente para toda a indústria;
• Valorização dos produtos regionais franceses: produtos com forte identidade regional e know-how específico de produção;
• Espaço para os alimentos locais e globais: sabores e receitas exóticos, tradicionais, originais, temperados, funcionais…
• Estudo de ingredientes e alimentos intermediários: colorantes, flavorizantes, conservantes, temperos, antioxidantes… essenciais para a produção e para as especificações de produtos em todos os setores;
• Priorização na seleção gourmet: produtos desenvolvidos com qualidade e expertise inquestionáveis.
• Conveniência “on-the-go”: produtos prontos para comer, prontos para levar, prontos para preparar e servir.
• Produto: Ali Bonbon
As balas belgas Ali Bonbon (bonbon em frâncês é bala) 100% Halal, com ingredientes (gelatina) vegetais ou animais do tipo Halal, ganham espaço frente a outros doces e balas feitos com ingredientes convencionais.
• Marca: Silvain & Co
Negócio familiar, a marca de FLV (frutas, legumes e vegetais) minimamente processados além de aspectos técnicos e tecnológicos (qualidade do produto e do processamento), mostra em seu approach de vendas engajamento ecológico, ambiental e social:
— produções orgânicas e processo de higienização sem cloro;
— abordagem humanista do cultivo e consumo de alimentos, em escala industrial;
— mais que uma apologia ao saudável, discurso saturado e que gera desconfiança nos consumidores, uma apologia à sustentabilidade do negócio como um todo.
• Prestação de serviços: Comerso
O Governo Francês, para diminuir o desperdício de alimentos, adotou em 3/02/2016 uma lei proíbe produtores, transformadores e distribuidores jogar alimentos não vendidos no lixo, sob risco de sanção e penalidade de ordem financeira. As empresas devem se organizar para destinar seus produtos não vendidos a associações de ajuda alimentar ou para alimentação animal.
A Comerso é uma das empresas que organiza a recuperação de produtos alimentícios com prazos de validade curtos ou impróprios para o comércio (erros de etiquetagem, por exemplo), e os entrega
para associações de ajuda alimentar, de maneira simples, otimizada e segura. É uma terceirização de todo o serviço de recolhimento, distribuição e negociação, incluindo a administração, organização, aspectos legais e logísticos deste trâmite que, além de garantir a redução de 60% sobre os impostos nos valor de estoque, ainda reduz o custo do tratamento de lixo e otimiza a fiscalização de doações.
*Rafael Marañón Pérez – Profissional de Marketing Comercial em grandes multinacionais de bens de consumo de massa e serviços. Educador e conferencista em cursos e universidades com foco em negócios. Tem MBA em Gerência de Empresas pelo Instituto de Empresa de Madri; é Licenciado em Direito pela Universidad de Granada e doutor em Marketing pela Universidad Complutense de Madri. Atuou em grandes marcas como Nestlé, La Cocinera, Danone, Heinz Ibérica S.A e Kraft General Foods.
“Durante a crise econômica na Europa, a percentagem das marcas próprias aumenta consistentemente. Isso pode parecer uma resposta lógica a uma menor disponibilidade de recursos econômicos das famílias. O que é mais surpreendente é que uma vez que o período de recessão é concluído, as marcas próprias não cedem quotas de mercado; continuam a crescer, embora a um ritmo mais lento. Em 2015, de acordo com dados do Anuário Private Label PLMA, marcas próprias ganharam participação de mercado em volume em 17 dos 20 países analisados (fonte Nielsen). Comida é a linha de maior alcance, seguida por medicamentos e cosméticos. As MDD seguem o seguinte padrão: crescem durante o “boom” econômico e crescem também em tempos de recessão, como está a acontecer nos últimos anos de crise.
Além disso, a criação de novas marcas envolve não apenas preço mas também qualidade premium (Mark & Spencer no Reino Unido passou anos provando que é viável este modelo), pois o contexto é de consumidores mais exigentes não apenas quanto à qualidade como também quanto às informações nutricionais dos alimentos.
A proximidade das marcas com os consumidores permite-lhes experimentar novas formas de abordagem para novos produtos. Nutrição e saúde, produtos regionais naturais assim como e ingredientes e aditivos controlados são os caminhos de inovação seguidos pelas marcas próprias. E estes são os caminhos apresentados durante a EXPO MDD 2016. As inovações não foram surpreendentes, mas há produtos que se destacaram pela sua novidade no mercado MDD: produtos sem glúten ou açúcar, sem lactose, orgânicos, apenas com ingredientes vegetais ou produtos com rastreamento ecológico… são frequentes no mundo das marcas nacionais e agora surgem fortemente nas marcas próprias — produtos que convencem por seu processo de origem e preparação, e não simplesmente pelo seu slogan saudável, como no exemplo da Sylvain & Co.
Tudo isso contribui para as marcas próprias adotarem uma posição de liderança e inovação, de segurança alimentar, que vai gradualmente aumentando seu território no mercado.”