O dar-receber-retribuir é um ritual que se repete na humanidade há milênios. Mudam os objetos e as experiências que são trocados, muda o sentido da troca de acordo com a cultura, mas a estratégia de saber presentear para ser lembrado permanece. Esse conceito vale para a política, com suas trocas protocolares de interesses diplomáticos; e para as corporações, que definem politicamente seus territórios e constroem suas relações junto a players, suppliers, consummers, costummers, partners entre tantos outros stakeholders, posicionando-se estrategicamente no mercado de acordo com suas expectativas e suas intenções.
O estudo que estrutura essas políticas de troca em todas as plataformas de comunicação corporativa definindo parâmetros de valor, métricas de circulação e rituais proprietários é o “GIFTING”. Cada pequena troca é planejada, compreendendo a cultura de uma corporação como se fora de uma nação — um processo repleto de simbologias, capaz de contar a história de uma empresa, fazer transparecer o seu código de marca e tornar tangíveis suas crenças para além dos produtos e serviços que comercializa.
Importante lembrar que, para o êxito de uma estratégia de Gifting, duas iniciativas essenciais devem ser consideradas: compliance e criatividade. Uma, pelo fato de que criar regras com base na legislação vigente e nas normas corporativas ajuda a mapear condutas, respeitar limites éticos e evitar benefícios indevidos. A outra, porque sem criatividade não há encantamento; sem encantamento, o investimento em gifting não merece ser feito.
Sabe quem questiona o grau de pertinência dos discursos corporativos e os julga sem piedade? O mercado. E de forma muito aferível: consumindo um produto ou falando sobre uma marca. Ou deixando de consumir e deixando de falar; pior ainda, deixando de falar bem.
Acesse a cartilha online em: Gifting & Compliance: Como ser ético sem deixar de ser criativo